CASA DO AMEAL - MEADELA, VIANA DO CASTELO

A Casa do Ameal, construída no século XVII, representa um verdadeiro refúgio na cidade de Viana do Castelo, próximo da montanha, do rio Lima e do oceano atlântico. Mantendo a sua traça original oferece um repositório das proezas de ilustres antepassados das famílias Faria de Araújo e Abreu e Lima. Num enquadramento acolhedor, integra um conjunto de seis apartamentos e jardins cuidados, e preserva um património que reúne objectos e trajes regionais, artesanato e fatos antigos.

A oferta de alojamento, para turismo rural, para além dos quartos com casa de banho privativa, uma sala de estar e uma sala de pequenos-almoços, decoradas de forma agradável e confortável, tem ainda um grande terraço que se abre para um espaço relvado, a piscina e recantos harmoniosos, onde pode desfrutar da leitura ou do romântico pôr-do-sol.

Alojamento

  • 1 x Duplo - Desde 125.00€ / noite

Características

  • Estacionamento
  • Fala-se espanhol
  • Fala-se francês
  • Fala-se inglês
  • Jardins
  • Passeios a Pé
  • Pesca
  • Piscina
  • Ténis de mesa

Localização

Rua do Ameal, 119 - Meadela

3533 CC

Situada numa zona a apenas um quilómetro de Viana do Castelo, a Casa do Ameal surpreende pela sua oferta de muito sossego, revelando-se um verdadeiro refúgio para os visitantes. A surpresa dá-se, sobretudo, porque a casa se encontra envolta por belos e cuidados jardins rodeados por uma densa sebe de cedros que protege toda a propriedade do bulício exterior. Atravessando o portão de entrada, os hóspedes encontram um jardim dominado por uma taça de pedra, construído após um incêndio que danificou a casa e cuja gravidade se deveu à inexistência de água nas proximidades. A casa propriamente dita foi construída no século XVII, mantendo ainda grande parte da traça original. Esta nobre casa minhota, adquirida por Pedro Gomes d'Abreu a 20 de Fevereiro de 1669, é pertença da família Faria de Araújo desde o século XIX, sendo um verdadeiro depositário das proezas de ilustres antepassados das famílias Faria de Araújo e Abreu e Lima. É hoje sua proprietária uma descendente da família, Maria Elisa C. P. de Magalhães Faria de Araújo, que cuidou de manter a casa, adaptando-a para as necessidades turísticas.

A Casa do Ameal guarda uma mostra de objectos e trajes regionais, artesanato e fatos antigos, a que não foi estranho o toque feminino das donas da casa, e, no exterior, um jardim bem cuidado, que conserva alguns recantos tranquilos. À direita do edifício principal, nas antigas dependências agrícolas e em volta de um jardim com piscina, ficam os seis apartamentos - para quatro ou para duas pessoas -, todos com entrada independente.

HISTORIAL

Esta nobre casa minhota foi adquirida por Pedro Gomes d'Abreu a 20 de Fevereiro de 1669 e é pertença da família Faria de Araújo desde o século XIX, sendo um verdadeiro depositário das proezas de ilustres antepassados das famílias Faria de Araújo e Abreu e Lima. A história da Casa do Ameal está assim ligada às famílias Abreu e Lima e Faria de Araújo.

António d'Abreu de Lima, distinto elemento da Armada das Índias onde desempenhou, por volta de 1548, os cargos de escrivão da Casa dos Contos e de Contador de Contos, era descendente da antiquíssima Casa dos Abreus de Regalados. Também tomava o nome de António d'Abreu de Olivença, resultando tal alteração de apelido devido ao facto, de muito provavelmente, Olivença ter sido a terra onde viveu.

Casou duas vezes, mas de um primeiro casamento não resultou descendência directa. No entanto, mais frutuosos foram os seus amores no Minho, onde se enamorou por uma vianesa e com quem acabaria por casar. Desta relação com D. Brites Velho Barreto nasceram vários filhos e cresceu o poderio patrimonial com diversos bens espalhados pela vila de Viana, tais como o padroado da igreja de Perre. Estes foram motivos, mais que suficientes, para fixar a esta terra D. António.

Mas o mar sempre chamou os descendentes desta família. A Índia foi destino para Pedro, o filho mais velho. Neste chamamento seguiram-se-lhe os irmãos António, Fernão e Miguel. Combates em Tânger e na Índia marcam o destino destes irmãos que lá ficaram para sempre, tendo mesmo Miguel chegado a embaixador junto do Xá da Pérsia. A carreira religiosa toca também a dois outros irmãos: um é abade em Perre e outra professora no convento de Sant' Ana em Viana. Leonel é o sétimo irmão e fica então sucessor do pai. Em 1579 torna-se senhor da Quinta de Atães e de todos os outros haveres.

Leonel Abreu e Lima casou com D. Maria Carneiro. As terras indianas e a vida conventual são também destino de cinco dos filhos deste casal. Três rumam até à Índia, sem que Pedro consiga atingir o lugar para onde se dirigia devido ao naufrágio do galeão onde viajava. As duas irmãs fazem-se freiras, uma em Braga - D. Brites e outra em Viana - D. Maria. É o primogénito, António de Lima de Abreu quem assume a posse do Paço de Atães e de todos os outros bens da família. D. Joana de Melo Alvim, também vianense de nascimento, torna-se esposa de António. Nasce um filho que tomaria o nome do avô. Este foi o fundador da capela da Nossa Senhora do Bom Despacho no claustro da Misericórdia.

Ana Carmena era uma viúva que em 1639 voltou a casar-se. Desta vez as suas preferências amorosas inclinaram-se para Leonel de Lima e Abreu. Do casamento não houve descendência, mas já Leonel tinha andado a partilhar o coração por outras bandas e em consequência apareceram quatro filhos. Dois pereceriam em combate na Flandres, ao serviço dos Filipes. João Lima de Abreu e Pedro Gomes d'Abreu, assim se chamavam os outros dois, residindo o primeiro no sítio da Bessa, enquanto o segundo, foi até Perre exercer Abadia, cabendo-lhe então o senhorio da Quinta de Atães. Seria este último quem compraria a casa e quinta do Ameal ao seu proprietário Maximo Barbosa Pinto, da família dos Barbosa de Aranha. A escritura da compra data de 1669 tendo o seu valor atingido os três mil e quinhentos cruzados. Passados alguns anos, António de Lima Abreu recebeu de herança das mãos do abade de Perre a posse de todos os bens deste.

Exímio na maneira como cuidou das propriedades, que entretanto tinha assumido a titularidade, a sua descendência é fruto de dois casamentos. Um primeiro com Adelaide Portocarrero do qual resultou uma filha. Vários foram os descendentes da segunda união com D. Maria Melo e Lima. As afinidades comportamentais de António com os antepassados são também evidentes na postura de heróico combatente na Guerra da Aclamação.

Durante aproximadamente um século a pacatez rodeia a vivência desta família, sem que algo de significativo tivesse acontecido na ligação da família à Casa do Ameal. É o trineto de António de Lima e Abreu - Leonel de Abreu e Lima, moço fidalgo da Casa Real e capitão dos voluntários Realistas de Viana. Este contrariou a tradicional aproximação dos antepassados às senhoras do tempo, não se casando. Por isso lega ao afilhado e parente - Dr. Leonel Emílio da Cunha Pereira de Macedo, o Paço de Atães. A Torre de Refoios, entretanto herdada de Maria Antónia Malheiro Macedo Portugal, ao seu advogado e amigo Dr. António de Magalhães Barros de Araújo Queiroz que por sua vez era primo da anterior proprietária. A Casa do Ameal é dada por Leonel de Abreu e Lima, conjuntamente com outos bens às suas quatro irmãs. Não tendo estas sucessão a última a morrer, D.ª Francisca Carolina de Abreu e Lima, institui herdeiro de todos os bens João Pereira de Faria Araújo, pai do capitão Jacinto Pereira de Magalhães Faria de Araújo, já falecido e cuja família reside hoje neste esplêndido solar mirando a foz do Lima.