CASA DO CAMPO - FERMIL DE BASTO, CELORICO DE BASTO

Situada em Celorico de Basto, no lugar de Molares, a Casa do Campo representa um legado vivo de gerações passadas. A capela da casa, datada de 1763, de estilo renascentista, com talha da época, alberga a padroeira, Nossa Senhora da Abadia. Desde a sua origem, tem o privilégio de guardar o Santíssimo Sacramento e é agraciada, anualmente, com uma procissão.

A nobreza do Solar descobre-se na decoração herdada de tempos passados, um património bem conservado, sobressaindo as cristaleiras de antigas porcelanas, os candelabros, os espelhos e as coleções antigas. No interior, revela-se uma decoração herdada de épocas passadas, com móveis de estilo bem conservados onde se incluem e evidenciam bonitas poltronas de peineta forradas e biombos. A ornamentar a sala de jantar, sobressaem as cristaleiras, que exibem antigas porcelanas e serviços de café. Seguem-se os recantos da casa, onde se podem contemplar antigos candelabros, espelhos e uma colecção de fotografias antigas. Todas as salas e divisões da casa, entre elas a sala de jantar e a sala do piano, estão à disposição dos hóspedes. Nos quartos de dormir, o ambiente é hospitaleiro, com camas de embutidos e lençóis bordados, camilhas e candeeiros que emanam luz ténue.

Alojamento

  • 1 x Individual - Desde 109.00€ / noite
  • 1 x Duplo - Desde 115.00€ / noite
  • 2 x Twin - Desde 115.00€ / noite
  • 2 x Suite - Desde 125.00€ / noite
  • 2 x Estudio - Desde 125.00€ / noite

Características

  • Aquecimento central
  • Caça
  • Capela
  • Estacionamento
  • Fala-se espanhol
  • Fala-se francês
  • Fala-se inglês
  • Jardins
  • Lojas
  • Passeios a Pé
  • Pesca
  • Piscina
  • Provas de vinho
  • Refeições mediante solicitação
  • Sala de jogo
  • Sala para conferências
  • Ténis

Localização

Molares - Fermil de Basto

187 TH

No exterior existem várias alternativas de lazer: um parque infantil, uma piscina ou uma praia fluvial onde é possível dar um mergulho. Mas o que mais se destaca nesta casa é, sem dúvida, o seu jardim do século XVIII, atravessado por passeios e sebes de camélias recortadas, algumas delas, de acordo com os especialistas, das mais antigas de Portugal.

Precedido de um grande portão de granito e isolado numa das zonas mais aprazíveis da região de Basto, encontra-se a Casa do Campo, mansão do século XVII, bastante representativa dos solares portugueses. Junto à porta de acesso principal ergue-se a capela, datada de 1763, de estilo notoriamente renascentista, com algumas talhas da época, entre as quais se destaca a da padroeira, Nossa Senhora da Abadia. Desde a sua origem, tem o privilégio de guardar o Santíssimo Sacramento e é objecto de uma procissão que se realiza todos os anos.

In Solares de Portugal A arte de bem receber , Edições INAPA, 2007

A Casa do Campo situa-se na freguesia de Fermil de Basto, concelho de Celorico de Basto. Desde sempre que se encontra na posse da família Meireles Pereira Leite Teixeira Coelho.

Casa do século XVII, verdadeiro solar português, com eira e alpendre em frente da casa e com um maravilhoso portão de granito, com cruz e pirâmides vasadas (raras em granito). A sua Capela é formosíssima, jóia da Renascença, com santos da época, com destaque espacial para a Padroeira, Nossa Senhora da Abadia. O Breve de Instituição desta Capela é de 1763 e é das poucas capelas particulares que continua com o Santíssimo Sacramento. Tem um jardim de camélias, dos mais famosos da Europa, segundo Santana Dionísio, e desta terra saíram os grandes jardineiros para Inglaterra, também segundo Santana Dionísio.

Segundo os mais célebres botânicos, a mais velha japoneira (camélia) portuguesa existe na esquina do jardim.

O JARDIM DA CASA DO CAMPO

A meia encosta do vale do Tâmega, a Casa do Campo tem como pano de fundo a Serra do Marão, sobre a qual se abrem amplas perspectivas a partir do terraço ajardinado. A casa pertence a uma propriedade de dimensões mais vastas e com características predominantemente agrícolas, onde domina a produção vinícola.

Este jardim transporta-nos como uma música para outro mundo. Leva-nos para um lugar onde as casas são feitas de plantas e o tempo pára ao ritmo calmo das florações que se sucedem. Séculos de cuidado de que desconhecemos o esforço e donde só tiramos a emoção do verde como um bom músico que nos deixa em união com a sua arte poupando-nos tudo. No jardim da Casa do Campo ninguém saberá a dedicação que em silêncio alguém nos ofereceu preparando os túneis, as casas e os arcos onde nos recolhemos em êxtase.

Grande parte do edifício data do século XVII, embora tenha sofrido importantes modificações durante o século XVIII, conjugando igualmente elementos decorativos do século XVI, altura em que terá sido iniciada a sua construção.

O terreno exterior que antecede o pátio é pontuado por duas imponentes araucárias estrategicamente colocadas a ladear a entrada.

A localização do jardim em relação à casa é igualmente peculiar. Encontra-se isolado num patamar superior à habitação, sendo acessível apenas a partir de dois locais: do primeiro andar da casa, através de uma estreita ponte construída em delicado desenho de serralharia, ou a partir de uma íngreme escadaria que rasga o grande muro de suporte. Logo à entrada do jardim a surpresa é imensa. O topo da escadaria é ladeado por dois monumentais cilindros talhados em cameleiras com cerca de 8m de altura e 3 de diâmetro.

O jardim da Casa do Campo é um claro exemplo do desenvolvimento da arte topiária que se evidenciou no norte do país. Esta forma de escultura teve como principal suporte as cameleiras, progredindo rapidamente como arte após a introdução da espécie no nosso país. A camélia japónica, conhecida na região como Japoneira, terá sido directamente importada do Japão para o Porto em finais do século XVI, adquirindo imediato destaque entre o elenco florístico dos jardins nortenhos da época e transformando -se num apanágio para as famílias ricas da região.

O terraço ajardinado é composto por 8 canteiros rectangulares limitados por duplas sebes de buxo e estruturado por um eixo central, paralelo ao muro de suporte, que se divide em caminhos rectilíneos de menor dimensão. Ao longo do principal arruamento dispõem-se três casas de fresco talhadas em Japoneiras. As arrojadas formas vegetais são suportadas por laboriosas estruturas em madeira. Embora com pormenores que as distinguem entre si, duas destas casas são encerradas por tectos vegetais abobados funcionando como verdadeiras salas de verdura onde os arruamentos penetram por portas abertas nas paredes. Nestas salas dispõem-se mesas de granito, convidando à estadia. A casa central marca a diferença, abrindo um círculo ao céu, que se reflecte no tanque esculpido em granito que pontua o centro. Este compartimento é, na verdade, uma sucessão de arcos vegetais que abrem perspectivas sobre o jardim, contrastando com as restantes salas pela luminosidade introduzida pelo céu espelhado na água.

A extremidade do jardim sobranceira ao pátio de acesso ao edifício é limitada por uma robusta balaustrada em granito, ao longo da qual estão dispostos bancos do mesmo material, criando pequenas zonas de estadia. A namoradeira localizada no vértice da balaustrada que confina com o exterior da casa é ensombrada por uma grande Cameleira talhada em forma de guarda sol, que é considerada a Japoneira mais antiga do jardim.

O jardim da Casa do Campo é um espaço autónomo cuja localização, em cota superior ao edifício, o transforma numa composição reservada e de carácter intimista. As componentes mais marcantes deste espaço são, todavia, as formas esculpidas da vegetação que resulta num conjunto valorizado sobretudo pelo jogo de volumes e formas geométricas das enormes Cameleiras. Na verdade, a gigantesca escala dos elementos vegetais topiados do jardim rivaliza com a própria arquitectura e a robustez dos elementos em granito, transformando-o numa composição surpreendente e sem paralelo no nosso país.

Nota: Estes textos são excertos do livro "Jardins com História", Edições Inapa.