Lisboa

Gaba-se de ser a capital mais ocidental da Europa e de ter a seus pés o maior rio de Portugal - o Tejo. Diz a lenda que o nome, herdou-o do herói grego Ulisses e, por isso, já lhe chamaram Ulisseia ou Ulissipo. Há historiadores que acham que a sua origem se deve aos fenícios, que lhe teriam chamado Porto Sereno. O facto é que, segundo os relatos da História, o local onde está situada Lisboa sempre foi muito pretendido por vários povos. Instalada na margem direita do estuário do Tejo e recheada de colinas (sete no total), este local apresentava excelentes condições para a sobrevivência humana. A colina do Castelo de São Jorge foi a primeira a ser povoada pelos povos mercadores-navegadores. Depois dos fenícios vieram os gregos que desenvolveram a nova Olisipo grega, de portas abertas para o mar. Chegou o século II a.C. e, com ele, o povo romano. Fixaram-se na encosta do castelo, chegando até hoje os vestígios da sua presença, escondidos no subsolo da cidade. Verificou-se depois um certo declínio com a passagem dos bárbaros no século IV mas logo a cidade recuperou com a chegada dos visigodos e a posterior permanência de quatro séculos dos muçulmanos. Também estes deixaram importantes marcas na cidade que podem verificar-se no castelo de São Jorge ou no nome atribuído a um dos bairros típicos de Lisboa - Mouraria.

O ano de 1147 marcou a tomada da cidade por D. Afonso Henriques, tendo dos confrontos resultado muitos cristãos mortos, dos quais um ficou reconhecido como herói - o Martim Moniz.

No século XIII, a Corte foi transferida para Lisboa, sendo esta elevada a capital. O seu desenvolvimento marítimo não mais parou e Lisboa foi-se tornando um importante centro de decisões e um local estratégico de contacto com o mundo. Esta tendência acabaria por se tornar flagrante nos séculos XV e XVI, com os Descobrimentos e a saída das caravelas rumo a destinos longínquos como África, Índia e Brasil. Ergueram-se monumentos importantes como a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos. Ergueram-se palácios e conventos e o centro da cidade deslocou-se do castelo para o Terreiro do Paço. Porém, a riqueza proporcionada pelo ouro do Brasil não conseguiu evitar o catastrófico terramoto de 1755 que deixou a cidade sob escombros. Grande parte dos monumentos ficaram destruídos, cabendo ao Marquês de Pombal a reconstrução da Baixa lisboeta.

A par de toda a sua história, Lisboa foi crescendo com o seu fado que o passar dos anos não fez esquecer, sendo ainda hoje possível ouvi-lo nas casas típicas do Bairro Alto e Alfama. Hoje, Lisboa é uma cidade cosmopolita que ainda preserva a beleza das suas vielas típicas cheias de escadinhas e roupa estendida às janelas, as suas calçadas com motivos marítimos, os seus múltiplos miradouros quase todos com vista sobre o rio e uma grande diversidade de museus e monumentos, memórias vivas do fausto de outros tempos.