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(Chamada para a
rede fixa nacional)
Amarante tem o seu destino indissociavelmente ligado ao rio Tâmega e às serras do Marão e da Aboboreira: à natureza, numa palavra. É por isso que ali constantemente se sente um apelo às actividades de ar livre e de manutenção física, como o montanhismo, a canoagem, o parapente, os passeios em guigas (designação de uma pequena embarcação de fabrico local) e gaivotas, a pesca, a caça, a natação, o golfe, o campismo, a fruição das praias fluviais e do parque aquático.
O Tâmega foi muitas vezes um rio impetuoso, que extravasou das margens e alagou ruas da cidade: ainda hoje há lápides que recordam esses arrojos. Por outro lado, situado como está numa região madeireira, serviu muitas vezes para transporte rápido e barato de troncos de árvores que as serrações a jusante trabalhavam. Hoje seduz-nos mais pelo bucolismo das suas margens bordejadas a salgueiros e amieiros, de uma ou outra lavadeira, dos seus acidentes - golas, penedos, canais, ínsuas, areais - que mantêm nos seus nomes a referência às actividades humanas a que deram azo. A sua frescura comunica-se à cidade e convida aos passeios nas suas margens e aos desportos de água.
As serras, por sua parte, dão o enquadramento telúrico. Também elas se prestam a longos passeios a pé. A observação da flora é outro dos seus encantos. E a fruição dos tons das flores silvestres: os amarelos - todos diferentes! - de mimosas, giestas, tojos e carquejas, ou as mil tonalidades entre o rosa e o roxo das urzes.
Situado na charneira entre o Minho e Trás-os-Montes, tudo indica que Amarante deve a sua origem aos povos primitivos que demandaram a serra da Aboboreira (habitada desde a Idade da Pedra), embora se desconheça com exactidão o nome dos seus fundadores. Dá-se como certo, porém, que a urbe ganhou importância e visibilidade com a chegada de S. Gonçalo (1187-1259), nascido em Tagilde, Guimarães, que aqui se fixou depois de peregrinar por Roma e Jerusalém. Em tempos não muito longínquos, o concelho de Amarante pertencia administrativamente à província do Minho, fazendo fronteira com os concelhos de Celorico de Basto (a Norte), Gestaço (a Este), Gouveia (a Sul) e Santa Cruz de Riba Tâmega (a Oeste). Com as reformas administrativas liberais do séc. XIX desapareceram os municípios de Gouveia, Gestaço e Santa Cruz de Ribatâmega, tendo o de Amarante recebido a maioria das suas freguesias. Desde então o concelho estende-se por uma área de 301,5 quilómetros quadrados, a que correspondem, hoje, 40 freguesias, 18 ao longo da margem direita do rio Tâmega e 22 da margem esquerda, ocupando uma posição de destaque na região do Douro-Tâmega. Tem uma população de 59 638 habitantes e uma densidade populacional de 197,8 habitantes por quilómetros quadrados. Rico em termos paisagísticos, para o que contribuem decisivamente as serras do Marão e Aboboreira e o rio Tâmega, o concelho de Amarante reúne também um conjunto notável de edifícios e monumentos. As referências históricas de Amarante devem procurar-se nos períodos Megalítico e Paleolítico, datando dessas épocas os mais antigos monumentos do concelho. São da Idade Média, porém, as construções mais significativas edificadas em zonas rurais: as igrejas românicas de Gondar, Lufrei, Freixo de Baixo, do Mosteiro de Travanca, de Jazente, de Gatão, constituindo o que de melhor aquele estilo arquitectónico legou à Península Ibérica. Na cidade pode dizer-se que o edifício que sobressai é o Mosteiro de S. Gonçalo, cuja Igreja é visita indispensável para qualquer peregrino ou turista.