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CASA DE VILARINHO DE SÃO ROMÃO - VILARINHO DE SÃO ROMÃO, SABROSA
A Casa de Vilarinho de São Romão, bucolicamente situada na margem direita do rio Pinhão, no coração da região do Douro vinhateiro, usufruiu de uma magnífica vista sobre Sabrosa, Sanfins do Douro e Alijó. Esta bela casa representa um legado de lendas remotas e dos morgados dos Viscondes de Vilarinho de S. Romão que remontam ao século XVI.
O interior desta casa, preserva um conjunto de salões cobertos por belíssimos tectos de madeira que convidam a uma estadia confortável e de qualidade.
A casa acolhe os hóspedes, com uma imponente alameda de plátanos, as águas cristalinas, as fontes e os portais com ameias. A capela, fundada em 1462, serviu de igreja matriz primitiva da vila. É com simpatia que Cristina Olazabal Van Zeller recebe os hóspedes que aqui procuram bem-estar, partilhando a sua casa para uma experiência inspiradora.
Lugar da Capela - Vilarinho de São Romão
A caminho de Sabrosa, a Casa de Vilarinho de São Romão tem origem no século XVII, tendo sido substancialmente melhorada um século depois. Esta casa destaca-se pela sua situação privilegiada e pelo conjunto arquitectónico harmonioso.
Aqui, os encantos do passado encontram o conforto do presente e conjugam-se para uma memorável estada em pleno Douro vinhateiro e a poucos minutos de alguns dos ex-líbris da região, como os centros históricos de Viseu, Lamego e Coimbra.
Vilarinho de São Romão é o nome da antiquíssima povoação onde se encontra esta casa, e também o nome nobiliário dos seus antigos proprietários, inicialmente morgados no século XVI, e mais tarde Viscondes de Vilarinho de São Romão.
Situada na margem direita do rio Pinhão, desde sempre uma das melhores zonas de produção de vinho do Porto, pode-se apreciar daqui uma magnífica vista sobre Sabrosa, Sanfins do Douro e Alijó.
A prosperidade acrescida pelo comércio do Vinho do Porto antes da época da filoxera, permitiu no século XVIII aumentar e melhorar a casa, mantendo a fachada setecentista.
No interior, os salões são sóbrios, de relativa dimensão, mas cobertos por belíssimos tectos oitavados e trabalhados em madeira.
É bonita e acolhedora a alameda de plátanos que ligam a entrada à casa, por onde se vai podendo admirar a bonita fonte de cantaria, ornamentada de golfinhos, tanques e portais com ameias.
A capela, fundada em 1462, serviu de Igreja Matriz antes de ser construída uma outra na vila, o que se pode testemunhar ainda, pela existência de uma pia baptismal no seu interior.
É com simpatia que Cristina Olazabal Van Zeller recebe os hóspedes que aqui procuram conforto, bem-estar e beleza, abrindo a sua casa para uma estada enriquecedora e diferente.
A traça desta casa, algo austera, como é comum nas casas do Douro desta época, integra-se bem na paisagem.
In Solares de Portugal A arte de bem receber , Edições INAPA, 2007
HISTORIAL
História da Casa de Vilarinho
I. INTRODUÇÃO
Vilarinho de S. Romão é o nome da antiquíssima povoação onde se situa esta casa, e é também o nome nobiliário dos seus antigos proprietários, Morgados de Vilarinho desde o século XVI e Viscondes de Vilarinho de S. Romão desde o século XIX. A povoação é já mencionada nas Inquirições de 1220 e foi uma das freguesias iniciais da terra de Panóias, onde existia um importante santuário romano. Há quem lhe atribua o foral outorgado a 5 de Abril de 1258 por D. Afonso III.
A povoação tem uma vistosa e fértil localização na margem direita do rio Pinhão, a três quilómetros da sede do concelho (Sabrosa) e sempre foi uma das melhores regiões de vinho do Porto antes da filoxera atacar os seus vinhedos no séc. XIX. Situa-se num cabeço donde se desfruta dum belíssimo panorama, podendo divisar-se Sabrosa a Norte, Sanfins do Douro e Alijó a Nordeste e Celeirós a Sudeste. É ponto de passagem obrigatório para quem desde Vila Real pretende chegar à zona do Pinhão, onde são produzidos vinhos generosos dos mais famosos da Região do Douro. O seu clima é ameno no Verão, devido à altitude, e não é excessivamente rigoroso no Inverno.
II. CASA E CAPELA
A traça desta casa, duma certa austeridade, aliás característica das casas do Douro desta época, é muito harmoniosa e integra-se de forma perfeita na paisagem que a rodeia. As suas características arquitectónicas apontam para uma edificação realizada no século XVII. No entanto, a prosperidade trazida pelo comércio do vinho do Porto no início do séc. XVIII, antes da praga da filoxera, fez com que então fosse muito aumentada e melhorada. Além de uma fachada setecentista, destacam-se no interior os salões sóbrios e de dimensão não muito grande, cobertos por bonitos tectos oitavados e trabalhados em madeira. Mas os elementos mais imponentes desta remodelação são sem dúvida a bonita fonte de cantaria, ornamentada de golfinhos, a taça também em cantaria e a atraente entrada que vai ligar à casa por uma alameda de plátanos.
Como escreveu Afonso Cabral, "o passado revive no venerável solar, com a sua capela brasonada, os seus portais com ameias, os seus páteos onde os golfinhos dos fontanários quebram o silêncio jorrando a água para os tanques, na mesma impassibilidade do fio de areia correndo na ampulheta".
A Capela foi fundada em 1462 e vinculada nesse mesmo ano por Gonçallo Lobo. No séc. XV esta Capela serviu de Igreja Matriz, enquanto não se edificava a Igreja paroquial. A existência, ainda hoje, de uma pia baptismal que, como é sabido, só existe, por via de regra, em igrejas paroquiais, é um testemunho desse facto. Na sua fachada principal, que dá para um encantador largo da aldeia, está incrustada uma pedra de armas e um painel onde se podem ver gravadas uma caveira entre uma espada e um açoute, o que significava que o seu proprietário tinha o direito de exercer a justiça e conceder asilo (Senhor de Baraço e Cutelo).
Na padieira da porta há uma inscrição que diz "Capela de Nossa Senhora da Salvação onde está a sepultura para os senhores desta capela e seus herdeiros sucessores deste vínculo".
No interior da Capela há diversas sepulturas, tendo uma a inscrição "Casa da terra de Gonçallo Lobo", sendo que Gonçallo Lobo fundou a irmandade de Nossa Senhora da Salvação.
III. NOTAS HISTÓRICAS
Foi a quinta anexa a esta Casa um dos primeiros locais onde se efectuou a sementeira de batata em Portugal, tendo em 1780 sido colhidos 400 alqueires pela sua proprietária de então, D. Theresa de Sousa Maciel Girão. Por esta razão foi-lhe concedida pela Academia Real das Ciências uma medalha de oiro no valor de 50$000 reis. (Manuel Monteiro)
A Casa tinha anexa uma grande propriedade agrícola, cuja produção atingiu perto das 200 pipas de vinho, mas que em meados do séc. XIX baixou, com a invasão da filoxera, para menos de 3 pipas. Nessa altura a fome assolou toda a região do Douro. Considerando as notáveis aptidões de solo e do clima, que tão bons frutos produziam, os proprietários da Casa e da Quinta empreenderam o cultivo do tabaco como alternativa à vinha, com vista à recuperação de alguma riqueza para o Douro. No entanto, esta iniciativa nunca foi coroada de êxito devido aos impostos elevados, e possivelmente por uma série de dificuldades impostas pelo Estado, que até então detinha o monopólio desse cultivo.
O 1º Visconde de Vilarinho de S. Romão, que nasceu e viveu na Casa do mesmo nome, foi par do Reino, prefeito de Trás-os-Montes e deputado por esta Província às Cortes Constituintes, e publicou grande número de obras literárias e científicas, nomeadamente sobre o Douro e temas agrícolas.
O 3º Visconde de Vilarinho de S. Romão foi figura destacada nas técnicas e ciências agronómicas, tendo legado uma importante obra escrita, em particular "Viticultura e Vinicultura de Trás-os-Montes e Alto Douro" e "Portugal Agrícola". Sendo um viticultor de grande mérito, introduziu a prática da enxertia da videira em pés de "americano", para tentar retomar o cultivo da vinha, tendo feito inúmeras experiências com diversas castas de videiras. Relativamente ao seu património agrícola, traçou um plano de reconstituição, que cumpriu com grande rigor, sempre subordinado ao tema "obter o máximo de produção e de qualidade com o mínimo de despesas em granjeio", desprezando tudo quanto fosse despesa improdutiva.
Já nessa época defendia que os produtores deviam ter o direito de vender os seus vinhos a um preço correspondente à sua elevada qualidade e aos elevados custos de produção.
Tanto a povoação de Vilarinho de S. Romão como esta Casa e respectiva Capela são citadas por inúmeros autores. Essas publicações mencionam esta Casa, famílias a que esteve ligada, a história da povoação - que outrora foi vila - o encanto da paisagem, a importância agrícola e a notável intervenção dos seus proprietários ao longo dos séculos, quer na vida cultural, quer em actividades inovadoras e do maior interesse para a economia e agricultura.